quarta-feira, 25 de julho de 2012

Clichê

Cansei de coisas clichê
Mas assumo: não tem pra onde correr
A vida é uma eterna canseira

Uma eterna repetição
Sem eira nem beira
Seguimos sem rumo
No rumo do vento
Ao relento

Tempo!
Dê tempo ao tempo
Viva o momento
As pessoas tentam ser legais
Mas se dizem animais
Sim, animais racionais!
Mas são tão irracionais
Quanto os que verdadeiramente são animais

Realmente eu não concordo com tudo o que dizem
O que dizem por aí...
Dizem por aí...

Falam num tal
De aquecimento global
Inventam o fim do mundo
Fundo!
Se olhar na caixinha redonda até o fundo
Descobrirá o mundo
Ele não é da forma que dizem que é
Pois nem tudo que é o que parece
Tudo é clichê!

Sou clichê
És clichê
É clichê
Somos clichê
Sois clichê
São clichê

Sim, tudo é clichê!
Tudo se repete
Só que de diferentes formas
A norma!
Essa é a norma:
Tudo deve ser igual
Seguir uma regra
Sem exceção
Até o que era exceção deixa de ser
Somos o que somos
O que nos convencionaram a ser
Ser...
Então já não é

Não sou
Não és
Não é
Não somos
Não sois
Não são

Nada é o que é
Nem o que parece
Cresce!
Ah, mas esqueci que tudo cresce
Amadurece
Enverdece
Envelhece
Escurece...

Tudo é clichê:
A morte, a vida
A rua, a avenida
O ladrão, o policial
O que é bom e o que é banal
Nada se cria...
Realmente...
Porque tudo já foi criado!
E nos foi avisado:
Tudo se repete
Nada de novo debaixo do sol

Criança brinca
Adolescente se rebela
Jovem trabalha
Velho espera
Espera a morte
Talvez a sorte...
O mais banal
O mais cansativo e difícil de admitir:
O final.

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