Hoje voltei meus olhos tristes para o céu, esse céu que todos os dias me encanta, me enevoa, me encobre. Os seus olhos passam por mim de várias direções. Perpassam o céu e o sol e um mundo que não consigo enxergar. É limitação não poder enxergar. Ser um ser qualquer nesse mundo onde mesmo a areia, a poeira do mar, consegue ser maior do quê. E quando me dissocio desse céu, mergulho num abismo sem fim, em profundezas que me proíbem de olhar para cima. De lá do baixo, sublime esplendor no abismo, vejo vozes rindo, ouço olhos espiando. De mesma origem, o alto, sublime monte olha escancaradamente, com olhos indiferentes de quem não quer parecer ser cruel. Devo tomar minha existência, para fazer a essência do novo que se esvai mesmo sem tons. Quando alguém se perde em suas palavras sem sentido, se torna Marte. Quando alguém se vai sem sentido, perde-se-lhe a parte. Quando algo se vai, se toma parte. Se toma à parte - e se parte - se tenta esquadrinhar e adivinhar, voltando ao mesmo céu de estrelas, ou mesmo sem estrelas, com respostas, mas ao mesmo sem respostas. Cem respostas, era só uma parte de tudo o que eu queria encontrar.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
sábado, 22 de abril de 2017
Estrada
Visualizei as palavras que não escrevi
Tentando escrever por estradas em que não percorri
Fui deixado só
Na estrada
Na estrada
Não há mais a carruagem com o Leão
Pois sou eu
Só eu
Tenho de falar do que sinto...
como falar do que é esquisito
Ou do que é normal
Ou do que não é falado,
do que é deixado,
do não desejado,
do espreitado...
Com poucas palavras
Pouco repertório
Faço dos verbos
Um escritório
Para viver
Para ter
Para ser
Inúmeras coisas que nem vi
Estradas que não vivi
Porque estou só
Estranho
Anormal
Louco
Indesejado
Desertado
Nessa estrada para a morte.
Só eu
Tenho de falar do que sinto...
como falar do que é esquisito
Ou do que é normal
Ou do que não é falado,
do que é deixado,
do não desejado,
do espreitado...
Com poucas palavras
Pouco repertório
Faço dos verbos
Um escritório
Para viver
Para ter
Para ser
Inúmeras coisas que nem vi
Estradas que não vivi
Porque estou só
Estranho
Anormal
Louco
Indesejado
Desertado
Nessa estrada para a morte.
sábado, 15 de abril de 2017
Pereço
A inspiração
em tempo de vir
Ela me
esquece
Desaparece
Como a morte
naquele mar negro
Imensidão de
quem tem loucura
Ou dor
No coração
Sem sinal
Breve
De recuperação
Que saudades
disso
Que já não vinha
há algum tempo
Acompanhada de
canção
Tão pura canção
Tão mística razão
Mais uma vez
Afeita às
mesmas rimas tolas
O costume
dos versos bobos
Costurados por
temas bobos
Cozinhados
ao parto do bolo
Musica que
acompanha a vida
Em cada
palavra perdida; pão
É a inspiração
De ser
Ou de se ter
Ou somente
almejar
Nada do que
se quer
Tudo o que
não se pode ter
Loucamente
Merecer
E perecer
Nessa
loucura
Mais uma vez
Eu pareço um fim
Que amanheço em mim
Eu padeço em mimNa noite, enfim
Eu pereço sem fim
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