segunda-feira, 31 de março de 2014

Vanidade II

Se digo o que penso
Ora, não vejo.
Se digo
Agora não sinto.
Mas o que era que tinha
Viver tanta coisa em vão?
Mas viver não é mesmo em vão?
Se tinha tanta coisa,
Por que não teve?
Se teve,
Por que não tinha?
Não era pra ser?
Tudo continua em vão.
Saí pelo vão
Palavras vãs
Para dizer o que vejo
E também o que não vejo
Por que o que importa
É viver mesmo
Ainda que seja tudo em vão.

sábado, 29 de março de 2014

Confissões I

Se tivesse coragem
Iria lá e roubava-lhe um beijo
Beijo simples, beijo rápido
Mas bem roubava

Só pra sentir o arrepio nos lábios
Só pra sentir o arrepio dos lábios
Invadir o corpo inteiro
Transbordando meu desejo

Se tivesse coragem
Furtava-lhe as mãos
Saía de mãos dadas por aí
E depois soltava
Mas sentiria as suas mãos

Só pra assentir com a cabeça
Só pra confirmar
O que o corpo todo já dizia
Falando pelas mãos

Mãos bobas
Mãos moles
Malemolentes
Malignas mentes

Mas que há de mal?!
Que há de mais?!
Se nossos olhos conversam
Se nossos corpos transpiram.
Piram.
Se nosso ser enlouquece.

Se tivesse coragem
Iria e dizia
Ia e fazia
Por isso escrevo isto
Pois não tenho coragem

Tão fugaz desejo
Tão ardil paixão
Ai que dó!
Meu (mau) coração