sábado, 22 de abril de 2017

Estrada

Visualizei as palavras que não escrevi
Tentando escrever por estradas em que não percorri
Fui deixado só
Na estrada
Não há mais a carruagem com o Leão
Pois sou eu
Só eu

Tenho de falar do que sinto...
como falar do que é esquisito
Ou do que é normal
Ou do que não é falado,
do que é deixado,
do não desejado,
do espreitado...

Com poucas palavras
Pouco repertório
Faço dos verbos
Um escritório
Para viver
Para ter
Para ser

Inúmeras coisas que nem vi
Estradas que não vivi
Porque estou só
Estranho
Anormal
Louco
Indesejado
Desertado
Nessa estrada para a morte.

sábado, 15 de abril de 2017

Pereço

A inspiração em tempo de vir
Ela me esquece
Desaparece
Como a morte naquele mar negro
Imensidão de quem tem loucura
Ou dor
No coração
Sem sinal
Breve
De recuperação

Que saudades disso
Que já não vinha há algum tempo
Acompanhada de canção
Tão pura canção
Tão mística razão
Mais uma vez
Afeita às mesmas rimas tolas
O costume dos versos bobos
Costurados por temas bobos
Cozinhados ao parto do bolo

Musica que acompanha a vida
Em cada palavra perdida; pão
É a inspiração
De ser
Ou de se ter
Ou somente almejar
Nada do que se quer
Tudo o que não se pode ter
Loucamente
Merecer
E perecer

Nessa loucura
Mais uma vez
Eu pareço um fim
Que amanheço em mim
Eu padeço em mim
Na noite, enfim
Eu pereço sem fim