segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Limitações

Hoje voltei meus olhos tristes para o céu, esse céu que todos os dias me encanta, me enevoa, me encobre. Os seus olhos passam por mim de várias direções. Perpassam o céu e o sol e um mundo que não consigo enxergar. É limitação não poder enxergar. Ser um ser qualquer nesse mundo onde mesmo a areia, a poeira do mar, consegue ser maior do quê. E quando me dissocio desse céu, mergulho num abismo sem fim, em profundezas que me proíbem de olhar para cima. De lá do baixo, sublime esplendor no abismo, vejo vozes rindo, ouço olhos espiando. De mesma origem, o alto, sublime monte olha escancaradamente, com olhos indiferentes de quem não quer parecer ser cruel. Devo tomar minha existência, para fazer a essência do novo que se esvai mesmo sem tons. Quando alguém se perde em suas palavras sem sentido, se torna Marte. Quando alguém se vai sem sentido, perde-se-lhe a parte. Quando algo se vai, se toma parte. Se toma à parte - e se parte - se tenta esquadrinhar e adivinhar, voltando ao mesmo céu de estrelas, ou mesmo sem estrelas, com respostas, mas ao mesmo sem respostas. Cem respostas, era só uma parte de tudo o que eu queria encontrar.