segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Versos ocos, palavras ocas IV: Poesia é um orgasmo!

Poesia é um orgasmo.
Entalo. Tosse. Engasgo.
Poesia é um cuspe – mas um cuspe com prazer!
Prazer de jogar na lata do lixo
Isso! Inguiço! Poesia é um feitiço.
Um prazer sem fim
Que não termina no fim
Quer sempre mais e mais e mais 
mais palavras, mais leitores. Mais nada, mais amores.

Orgasmo, organismo  cismo!
Cismo que já tens um, pois a poesia
é o grito máximo
do mínimo que sai de dentro de nós.
Verso-sai-veloz. Verso-sai-veloz.
Vai pro albatroz.
Está em cima, embaixo
Dos pés à cabeça
Está embaixo, em cima da mesa

Poesia é nojenta, branca e grudenta
E tu, que já lês com nojo
Considere-me normal,
pois qui nada há de anormal
Só poesia: poesia oca, poesia lenta
Palavras de afronta, palavras sabor menta

Refresque-se, sorria
que depois da tempestade vem a calmaria.

E a poesia é um orgasmo
Sempre queres mais

{  Mais sempre menos
  E menos sempre mais  }

E se de escreveres não fores capaz
Ou de entenderes não quiseres mais
Não me enterres, não me erres!
Me ache, me encaixe
Pois raramente digo assim:
Prazer mesmo é ter você perto de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário