domingo, 16 de setembro de 2012

Cravado em mim

Hoje o sol vai demorar a nascer
A vantagem pra mim
É que verei o alvorecer
Em câmera lenta

Amanheço depois de uma noite de choro
Choro depois de uma noite de chuva
Chuva que chove apenas em mim

Só eu sei o que realmente sinto
Sinto uma agonia
Agonia que não desgruda do peito
Parece que vou sair - ou até já saí! -
Da minha existência
Uma existência sem fim que dilata meus olhos
Existência sem fim a dilatar o meu coração

Tudo me lembra você
E é quase sem querer
Tudo naturalmente
Parece até sem querer
Não quero mais não te querer - e nem consigo!

Tenho a impressão de que és uma impressão
Impressão digital
Uma tatuagem de rosa com espinhos cravada em mim
É triste viver assim
Ter algo sempre encravado em mim
E agora meu coração chora - e implora! -
Implora pra voltar à sua antiga paz
Mas não posso mais voltar atrás

Eu jamais acreditei em poesia
Nem no sofrimento do poeta
Resta, pois agora, só uma coisa certa:
Se não fosse a poesia, certamente eu não amaria
E se não fosse o amor, certamente beleza alguma haveria

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