Eu sou aquele rato anormal
Que você vê (não vê)
todos os dias
Eu sou o indivíduo
Que não anda pelas ruas –
Indigente
Demente
– Sou eu.
Sem mais porquê.
Eu que falo o que falo
E você pouco quer saber
Eu, o artista do semáforo
O mendigo, o louco (!)
De tudo sei um pouco! –
Logo não sei nada.
Nada, uma granada.
Ser você não está com nada!
Sou apenas um número.
Nu.
Sou apenas mais um
Diante de ti, sou ser nenhum –
(E não sou animal!) – mas sou ser irracional.
Sou do bem, sou do mal
– Eu sei que não sou ninguém!
Padeço de felicidade sem igual
Ah! Pura ironia, pura tristeza
Pura hipocrisia, pura falsidade.
– E esse ar que vem da cidade?
Nos contamina, mais nóiz respira.
Sou do conta, da companhia, da congestão
Flanelinha de estacionamento, sou a má digestão
Sou sorvete, sou pastel
E meu triste eu, morreu no beleléu.
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