domingo, 4 de agosto de 2013

Eu, indigente

Eu sou aquele rato anormal
Que você vê (não vê)
todos os dias

Eu sou o indivíduo
Que não anda pelas ruas 

Indigente
Demente

–  Sou eu.
Sem mais porquê.

Eu que falo o que falo
E você pouco quer saber

Eu, o artista do semáforo
O mendigo, o louco (!)
De tudo sei um pouco!  
Logo não sei nada.
Nada, uma granada.
Ser você não está com nada!

Sou apenas um número.
Nu.
Sou apenas mais um
Diante de ti, sou ser nenhum 
(E não sou animal!) –  mas sou ser irracional.
Sou do bem, sou do mal

 Eu sei que não sou ninguém!

Padeço de felicidade sem igual
Ah! Pura ironia, pura tristeza
Pura hipocrisia, pura falsidade.

– E esse ar que vem da cidade?
Nos contamina, mais nóiz respira.

Sou do conta, da companhia, da congestão
Flanelinha de estacionamento, sou a má digestão
Sou sorvete, sou pastel
E meu triste eu, morreu no beleléu.

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