A verdade é sempre compensadora, mas
dói quando aquele mundinho no qual firmamos os nossos pés desaparece. Passamos
alguns segundos de vertigem, tentando encontrar respostas, ficamos totalmente
alucinados, sem saber ao que (ou a quem) nos apegar. Apegar, sim! Essa nossa
primeira reação de compensar aquele vazio é simplesmente desesperada e
desesperadora. É também irracional. Mas às vezes precisamos abrir mão de certos
valores, de certos amores, de certas verdades, pra provar da vida a vaidade.
Vaidade dos nossos desejos, experimentar o valor de nossos anseios mais
ocultos, mais sem-nexo. Às vezes é
necessário desapoiar o cotovelo da base à qual ele já prende a nossa circulação
sanguínea há tempos. É preciso provar que nessa vida nada é para sempre; de
tempos em tempos aparecerão novas verdades absolutas – e absurdas! – que farão
parecer que os nossos dias são mil vezes melhores que os anteriores. Mas,
claro: dias passados não são apenas dias passados. É do passado que vem o
presente. E é com o passado que se constrói o futuro.
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