domingo, 17 de março de 2013

compleXo

I

Não se espante
Não é tão simples assim
Não me espante
Não é fácil pra mim

Fácil é os outros
Fácil são os outros
Fácil é ser outros.

Dilemas e problemas
Canções e fonemas
Tudo tão... É tudo tão...
Tão assim... Complexo demais pra mim!

Parecia tudo tão perfeito
Já tava tudo tão completo; compleXo
Reflexo retrátil contrátil contrato

Fiz um contrato com você
Sem você nem saber
E eu sem mais porque
Não consegui mais viver

Sou retrátil
E meu retrato está refletido no espelho
Preso no teu cabelo
Ou naquele teu chapéu
Ou no fumo em teu olhar.

Eu sou prisioneiro dos teus olhos
Sou conselheiro dos teus sonhos
E o guia das tuas loucuras

Eu, essa figura
Que vês (logo, não vês)
Sou um rock
Sem razão de ser

– Pra que entender?
Procures entender a razão de ser
De ter, de estar aqui
Assim... juntinho

Terninho! Esse terno amor
Essa terna canção
Essa terna poesia
(embora não seja) Reveja
Reveja ao reverso
O quanto é complexo
Te amar assim
Reveja ao reverso
O quanto é complexo
Ter você pra mim

Isto é um dilema
“Ter” é sempre um problema 
E chega de fonemas!

                            ***
II

Não me espantes
Não é simples assim
Não se espante
Não é nada fácil pra mim

Fácil é os outros
Fácil são os outros
Fácil é ser outros

Outros outros
Outros e outros
Tantos outros... e eu aqui

Eu sozinho assim...

Terninho! Mais terno q'esse amor
Mais terno q'essa canção
Mais terno c'a poesia
Vou assim... nessa Maresia

            ...              Reveja
Reveja ao reverso
O quão complexo é
Não ter você pra mim
Reveja ao reverso
O quanto é complexo
Não ver você em mim

Você vai e você vem
Você vem – você não vai!
As ondas vão
E ondas vêm
E assim não veem
um fim.

                       ***
III

O rio secô
E o barco encalhô.
A folha secô
Até a árvore murchô!
Cabô o amor
e eu aqui;
é o fim!

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