sábado, 22 de abril de 2017

Estrada

Visualizei as palavras que não escrevi
Tentando escrever por estradas em que não percorri
Fui deixado só
Na estrada
Não há mais a carruagem com o Leão
Pois sou eu
Só eu

Tenho de falar do que sinto...
como falar do que é esquisito
Ou do que é normal
Ou do que não é falado,
do que é deixado,
do não desejado,
do espreitado...

Com poucas palavras
Pouco repertório
Faço dos verbos
Um escritório
Para viver
Para ter
Para ser

Inúmeras coisas que nem vi
Estradas que não vivi
Porque estou só
Estranho
Anormal
Louco
Indesejado
Desertado
Nessa estrada para a morte.

Um comentário:

  1. Obrigada pela visita e gentil comentário, Matheus.
    É sempre difícil lidar com as palavras. Nos fogem quando mais precisamos delas e nos fazem sentir ainda mais sozinhos.

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