sábado, 27 de dezembro de 2014

Proximidade taciturna

A tristeza se aproxima
E toma conta de mim
Como se houvesse uma vala em em meu coração
a ser ocupada

Percorre as minhas veias
Fazendo ninhos
Acendendo velas

Queimando

Deixando velhas as minhas peles
Flácidas peles, os pelos
Já não se arrepiam mais

Eu tento te ver
Tento alcançar
Mas a minha visão já era
Meus pés já não acertam os passos

Estou delirando
O meu peito está arfando
Meu Eu desfalecendo.

A tristeza está aqui.

***

Se foi ao longe, Você.

Eu nem sei mais o seu endereço
Não sei mais compor
Eu não sei como por
As palavras no lugar

Perderam o sentido
Ganharam essas barrinhas de separação
Tão monótonas
Tão monótonas, como sua vida
Que você disse não fazer sentido

- Nada tem graça!

- Mas que desgraça!

o veneno
o punhal

de Romeu
e Julieta.

Morreu.
É de veneta!
Essa sua vontade de voar e viver
Essa desvontade que leva a morrer

E a vida vai se esvaindo, se esvaindo
se auto-destilando ao chão
se esgueirando, se esquivando
das vontades

Se vai ente vírgulas,
entre aclamações
entre dor
entreouvida
Se esvai
a vida
se vai...

Nenhum comentário:

Postar um comentário