sexta-feira, 30 de maio de 2014

Tudo isso.

Eu cria tudo isso ser necessário, todas essas palavras, todo este sentimentalismo exacerbado, toda essa perda de tempo. Porém, tudo tem sido em vão até aqui. A única coisa que consigo perceber hoje é que não me percebo; vejo apenas aquele todo ideal que construí, numa tentativa de fugir de sei-lá-o-que, ou de ser sei-lá-quem. Tudo o que eu desejava está aqui neste momento, ao som dessa música que toca ininterruptamente, ao som dessas teclas, nas letras destes textos. Tudo o que eu quero está espalhado por aí. Em uma esquina, em uma árvore, em uma pessoa, em um olhar, em um animal perdido no meio da avenida, nos riscos da avenida, nas pichações dos ônibus, naquele riso desenfreado. Talvez eu devesse parar. Parar de tanta pressa, parar de querer o mudo tão idealizado, parar de sonhar demais, de me deixar levar... Eu bem que poderia aprender outro idioma só para tornar esse texto menos chato, mas lembrei que me disseram uma vez que eu sou chato, então não resolveria muita coisa. E, porventura, não sou mesmo? Poderia descarregar mil defeitos neste parágrafo único, poderia fazer um texto bem melhor, mas eu não sou melhor do que isso. Não estou melhor do que há dez anos atrás. "Não" - esta sim, é uma palavra que definiria muitas coisas. Mas outras ainda permaneceriam indefinidas. E muitas outras mais morrerão assim, como esse texto que morre aqui: indefinido. Assim como indefinida está a minha vida.

É. Cansei de tudo isso.

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